terça-feira, 30 de setembro de 2014

28/09/2014 5 ANOS DO FALECIMENTO DO MEU PAI (PARTE 2)



28/09/2014 5 ANOS DO FALECIMENTO DO MEU PAI (PARTE 2)

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vocês que estão acompanhando o meu blog, agradecer toda a atenção que estão me dando quando eu estou fazendo a divulgação do blog através do Face. Muito obrigado!! Realmente é muito gratificante observar que há acessos e principalmente nossas comunicações através do bate papo do Face.

Nessa seção, senti a necessidade de escrever sobre meu pai adotivo, ou simplesmente meu pai. Dia 28 fez cinco anos que ele faleceu.
Assim que entrei na faculdade, eu liguei para meu pai para dizer que tinha conseguido uma bolsa de estudos, mas que não sabia se iria cursar a faculdade, eu tinha que pagar R$ 160 reais por mês, mas eu ainda estava morando naquela lavanderia, as coisas estavam difíceis... Então ele disse que iria me depositar o dinheiro, todo mês, durante um ano, apenas um ano. O pai dele sempre entendeu que ele tinha que andar com as próprias pernas... E eu sempre vi o meu pai acompanhando minha vida, mas acho que ele pegou essa visão do meu avô.
Meu pai fez o depósito, uma única vez (risos), ele só queria que eu me matriculasse (risos)...
Meu pai só me ajudava se eu realmente estivesse muito atrapalhado, lembro uma vez que cai de moto (dezembro/2005), quebrei meu braço e tive que fazer uma cirurgia, colocar essas placas de metal sabe...
Minha moto ficou destruída, eu estava zerado, e usava a moto para trabalhar na época como representante comercial, então, um dia ele chegou à minha casa com todas as peças que eu precisava, aí pude arrumar a moto e voltar a trabalhar...   
Uma coisa que eu nuca esqueci foi um dia que estava falando ao telefone com ele, estava contando alguma coisa da minha vida, acho que de algum concurso (nós conversávamos pouco por telefone), mas nessa conversa eu lembro dele recapitular cada coisa que tinha acontecido na minha vida, e depois ele disse: eu sempre estou sabendo o que está acontecendo! Isso eu nunca vou me esquecer.
Um dia meu pai me chamou para morar com ele, queria que eu seguisse a profissão dele, estudasse... Enfim, fui a casa dele fazer uma visita (outra cidade), fui até a empresa dele, que era simples, mas que ele carregava aos trancos e barrancos, fui a um cliente dele.... Falamos de cursos... Essas coisas...
Pensei bastante sobre isso, mas o fato é que ele era casado e, apesar de não ter nada contra a mulher dele, alguma coisa me dizia que não seria uma boa ideia, eu não ficaria a vontade... Fora isso, eu estava prestes a começar o curso técnico, me decidi por fazer o curso técnico mesmo (fiz bem).
Um ano depois, naquela ligação que eu dizia pro meu pai que havia conseguido a bolsa na faculdade, ele me disse que tinha sido diagnosticado com câncer. Quando ele me falou isso, não consegui nem se quer enxergar a gravidade do problema, ele parecia tão forte e me deixou tão tranquilo, parecia que ele só teria que fazer algum procedimento e pronto.
Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram, de março a setembro o estado de saúde do meu pai só foi se agravando. No começo eu via aquele homem forte e disposto a lutar contra a doença, mas no final, meu pai já tinha entendido o que iria acontecer, lembro que a minha última visita a casa dele foi no dia dos pais, ele estava em casa, deitado, dormia muito ou ficava muito calado, parecia até que estava com um pouco de raiva pela situação.
Deve ter sido muito difícil para ele, um homem que só vivia para trabalhar, que amava sua profissão, e que tinha como hobby pescar algumas vezes ao ano. De repente descobre que está doente e que não irá vencer a batalha, meu pai era inteligente demais para criar ilusões.
Faleceu com apenas 59 anos de idade, era formado em duas engenharias, foi pai de cinco filhos (nenhum dele), três da atual esposa que vinham de outro relacionamento. Um homem sonhador, com carisma, e uma sensação de que estávamos com uma pessoa boa por perto.
Sabe o que mais penso? Sempre achei que meu pai errava muito comigo e com minha irmã, mas um dia virei pai, e justamente o destino me colocou longe de minha filha também, hoje vejo que não sou tão melhor do que o meu pai, vejo como é complicado ter filhos morando longe e ainda tendo que batalhar na vida.
Não é uma comparação, mas sim uma constatação, hoje eu entendo que mesmo que sim, ele pudesse ter feito mais, esse mais não era o mais que eu esperava tanto.

Todo meu amor pai, onde quer que você esteja, te amo muito!!!!

2 comentários:

  1. Estou adorando ler o Blog...
    Cada vez que leio me sinto bem e cm vontade te ler mais sempre na espera se
    mais...Espero que eu continue a gostar de todas as historias

    ResponderExcluir
  2. Eu também espero que sim ... Muito obrigado!

    ResponderExcluir