03/04/2014 A
MEDICAÇÃO (PARTE 3)
Algo
que sempre me fez refletir bastante foi quanto ao uso da medicação, e nesse
momento não é diferente.
Inicialmente,
há quase três anos, quando fui diagnosticado com depressão, iniciei um
tratamento com um medicamento chamado Cymbalta, apesar de sua eficiência quanto
ao combate a depressão naquela ocasião, tive alguns problemas de adaptação a
essa medicação, basicamente sonolência e uma sensação estranha na passagem
entre a laringe e a traqueia, além de uma pequena perda de libido nas primeiras semanas.
Ainda assim, acho que os resultados do medicamento foram bons, consegui em
algumas semanas razoável melhora do meu quadro, tanto que, como não me sentia confortável
em tomar a medicação, em poucos meses resolvi “ir parando” com o remédio.
Em
um primeiro momento, lembro de pensar que meu caso seria resolvido rapidamente,
e como estava me sentindo muito bem, acreditei que estava curado, mas na verdade
acabei retomando com a medicação mais umas duas vezes.
Acho
que na quarta recaída, digo recaída quando os sintomas se tornaram tão fortes a
ponto de eu “correr” a um psiquiatra para retomar com a medicação, foi me dado um
outro antidepressivo, esse infelizmente não lembro o nome, mas lembro que também
tomei por poucas semanas.
Há algumas
coisas não consigo me recordar, mas lembro que fiquei, no máximo, praticamente um
ano sem tomar antidepressivos.
Minha
crença sempre foi o de me superar, que eu tinha que resolver esse problema,
sempre vi a medicação como o último recurso, caso eu realmente necessitasse.
Porem
de dezembro de 2013 a junho de 2014, meu estado depressivo foi se agravando,
tive fortes sintomas em dezembro, fevereiro e junho principalmente, depois
disso a situação piorou por conta das crises de ansiedade, que comecei a ter também.
Lembro-me de um exemplo que acabei registrando em minha mente, era um psiquiatra em
uma entrevista, que dizia que não tomar o antidepressivo era como precisar de óculos
mas ficar forçando a vista para enxergar, me parece fazer sentido.
Lendo
um artigo em uma revista científica na área de psiquiatria, aprendi que a
pessoa que tem depressão, tendo recaídas, elas aumentam cada vez mais a chance
de ocorrerem novamente.
Acabei
percebendo também que não é somente quando está jogado em uma cama que você pode
dizer que está com depressão. A depressão se manifesta em perda de interesse
nas atividades que você até mesmo ama executar, entre outras coisas.
Então
acabei mudando, percebi que o melhor, a curto e médio prazo, seria retornar a
medicação. Comecei em junho a tomar um antidepressivo chamado Pristiq,
realmente em poucas semanas meu estado de depressão estava controlado e os efeitos
colaterais realmente não existiram, porem, eu tinha duas queixas para o
psiquiatra naquela consulta, uma era a depressão, no sentido de tristeza,
angustia e melancolia, que tinham retornado, a outra queixa era que eu não
estava conseguindo fazer minhas atividades do mestrado, mesmo querendo
fazê-las, ele disse que isso fazia parte do quadro. O fato é que essa medicação
me deixou rapidamente bem e sem efeitos colaterais, mas não consegui, salvo em
dois momentos distintos, “voltar para o mestrado”.
A
situação se agravou quando comecei a ter um pouco mais de problemas no
trabalho, acabei ficando bem perturbado naquele momento, e, dias depois acabei
tendo minha primeira crise de ansiedade (ao menos foi o meu diagnostico), fui ao
hospital durante o horário de trabalho, já passando muito mal, com a face e o
braço “formigando”, falta de ar, entre outras coisas.
Retornei
ao psiquiatra, que me receitou um medicamento chamado Alprazolam, de 0,25. Pelo
que pude notar o medicamento era o que tinha a dosagem mais fraca. Não senti efeitos colaterais,
mas também não tive melhora do quadro, dali parra frente tive crises mais
fracas quase que diariamente, o que deixou-me profundamente preocupado e até mesmo
assustado com a minha situação. Enquanto isso os problemas no trabalho
continuavam, até que um dia eu voltei ao psiquiatra, já com diversos atestados
dos dias que tinha passado mais mal do que o “comum”, em relação a ansiedade.
Ele acabou me receitando o Rivotril e me trocou o antidepressivo também, para o
Zoloft de 50, menor dosagem pelo que pude ver.
A
verdade que o fato de eu estar em casa, ou seja, longe do ambiente que de fato
estava naquele momento sendo resultante do quadro de ansiedade, acabou me
ajudando bastante, acabei tento duas crises menores desde que fiquei em casa, e
isso já tem uns 17 dias.
Contudo,
não posso negar que estou incomodado com o Rivotril, digo no sentido de efeitos
colaterais, tenho tontura quando tomo a medicação, e sinceramente não tenho
confiança nesse remédio.
O
psiquiatra pediu que eu retornasse agora no início do mês, acho que semana que
vem já retorno, a primeira coisa que irei comentar é sobre esse remédio, além disso,
tive sintomas de melancolia e tristeza, claro que devido a estar em casa
aborrecido com minha situação atual, ao ponto que chegou e tal... Mas ao menos,
por enquanto, também não senti benefícios com o Zoloft, apesar de não ter notado
nenhum efeito colateral nessa medicação.
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