terça-feira, 7 de outubro de 2014

07/10/2014 MINHA FILHA NÃO É MINHA FILHA


07/10/2014 MINHA FILHA NÃO É MINHA FILHA




No texto do dia 26/10 comecei a contar a história da minha filha, naquele momento ainda chamava por filho, mas já expliquei que é filha ... (risos)
Acho que demorei para terminar de contar essa história porquê não queria fazer isso sentindo tantas sensações negativas, e eu estou bem melhor hoje do que naqueles dias...
Como já havia dito, descobri que iria ser pai aos 17 anos, isso me gerou diversos problemas mas também muitas alegrias. Porém, um dia em uma dessas visitas de férias que minha filha me faz, acabei fazendo um exame de DNA e descobrindo que minha filha na verdade não era minha filha biológica.
Essa história começa lá nos meus 17 anos, eu estava em uma fase muito feliz, lembro-me de pensar que a única coisa que faltava era uma namorada... (Risos)
Naquela época, eu trabalhava como menor aprendiz em um banco, e aos finais de semana fazia um “bico” como garçom. Lá eu conheci a mãe de minha filha, logo fiquei interessado nela, ela trabalhava no restaurante durante o dia, e as vezes acabamos nos encontrando no período noturno, por uma necessidade do restaurante, as vezes ela trabalhava também aos finais de semana.
O problema é que a moça era noiva, prestes a se casar, já tinha seis anos de relacionamento e, além disso, ela é seis anos mais velha que eu.
Certo dia, uma colega de trabalho nossa, me comentou que o noivo havia terminado o relacionamento, aí já viu né... Felipinho entra na área (Risos)...
Logo começamos a conversar por telefone e eu fui me aproximando, até que acabou rolando aquele beijinho...
Tudo indo bem, mas sabe como é né... Relacionamento estável, noivado... Um dia o noivo foi atrás da moça para tentar retomar o compromisso, aliás, não demorou muito, acho que um mês talvez...   
Tranquilo, mas eu estava disposto a batalhar pela garota... Lembra quando você tinha 17 anos? Então... (Risos)
Logo isso virou uma guerra, “a guerra do amor”. Ele tentava de tudo, e eu também...
Só para ficar bem claro, um dia eu fui atrás dela em um curso de inglês que ela fazia, adivinha quem teve a mesma ideia? Pois é... Acabamos até chegando as vias de fato naquele dia... Graças a Deus acertei um golpe nele que o fez cair, logo separaram a briga, digo graças a Deus por que eu realmente iria tomar uma surra daquelas... (Risos)... O rapaz levava vantagem física...
Enfim, a moça não sabia o que fazer, agora não estou falando somente do dia da briga, ela realmente não sabia o que fazer... Voltar com o noivo, que era um cara mais velho, estabilizado, que já havia terminado a faculdade (eu estava no colegial) e que inclusive estava de casamento marcado, ou ficar com aquele “moleque”... (Risos)... Mulheres ... Nunca vou entender.
Não tinha o que ter dúvida né?... Mas cá pra nós, eu quando quero convencer... Mas um dia eu cansei, não dava mais, no fim das contas todos cansaram... Mas...
Um dia ela me ligou, eu não estava mais tão apaixonado, mas ficamos juntos, nunca esqueço esse dia, não por nada, mas quando ela disse que eu seria pai, esse dia era o único dia possível para isso, já estávamos algumas semanas sem nos ver, talvez um mês e pouco sei lá... E depois desse dia não a procurei novamente também...
Sei que um tempo depois recebi uma ligação dela, falou que estava gravida e que eu era o pai, para falar a verdade no início não criei dúvida, por uma razão muito simples, era mais conveniente para ela que o pai fosse o noivo, mas ela disse que era meu... Se fosse para ficar comigo, ela já estaria fazendo isso antes da notícia, mas não, ela não tentou nada depois daquela noite que passamos juntos.
Entretanto, passado algumas semanas eu comecei a pensar em fazer um teste de DNA para comprovar, queria ter certeza claro.
Se tem uma coisa que eu deveria ter feito em determinado momento da minha vida e não fiz, foi esse teste de DNA.
Naquela época, a mais de dez anos atrás, não era tão simples como hoje em dia, ou você entrava na justiça contestando a paternidade, e corria o risco de se prejudicar, e muito, tendo em vista que naquela época existia muita demora com relação a justiça, ou, você pagava uma pequena fortuna, ao menos no meu caso, para fazer o exame.
Pois é, agora vou tentar lembrar por que não fiz o exame... Financeiramente lembro que não tinha todo o dinheiro, mas se eu tivesse sido mais determinado, acho que daria um jeito. Acho que eu gostei também da ideia de ser pai, sabe Deus por que, mas aquilo me parecia legal depois que já havia passado todo o susto, além disso, eu e a moça fomos nos aproximando novamente, voltou o sentimento, e eu sabia que era ou o exame ou o relacionamento, ou seja, ou eu entrava naquela de curtir a filha e a relação, ou me endividava e fazia o exame, mas caso eu estivesse enganado saberia que tinha jogado e perdido, e naquela época perdido feio.
Resolvi ir acompanhando, fui aos médicos com ela, então já descobri que a data da relação estava dentro do período dela de gravidez, depois tinha outra, o sangue dela e o meu são os mesmos: “O”, (+ ou – não lembro agora), então, minha filha só poderia nascer com aquele tipo sanguíneo, pois bem, para o meu azar, ou sorte, foi o que aconteceu, a menina tinha o mesmo sangue. Os aspectos da minha filha também me deixavam em dúvida, a mãe não tem olhos claros, mas eu tenho, a minha filha tem...
Ela não era tão clara quanto eu, mas a família da mãe dela não era clara, então não dava para tirar conclusões.
Agora, independentemente “das observações”, minha primeira impressão era que ela não era minha filha, talvez pela aparência, talvez uma intuição... Eu realmente não sei... Pior que a minha filha foi crescendo e foi ficando mais parecida comigo, ou com os traços da mãe... Então eu de certa forma fui calando essa dúvida, acho até que me convenci em determinado momento que ela era realmente minha filha, só para vocês terem uma ideia, minha mãe achava ela parecida comigo, semana passada no passeio que fizemos uma mulher falou que somos parecidos...
Eu não acho, sinceramente, “dá até para passar” (Risos), mas PARECIDO...
Então, nas férias escolares de minha filha, entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, comecei a sentir uma espécie de incomodo, sei lá, parecia até que tinha ficado atormentado, algo começou a me fazer repensar sobre a minha filha ser ou não minha filha. Então resolvi ligar para um laboratório e me esclarecer sobre o exame. Acabei descobrindo que eu poderia fazer o exame sem a autorização da mãe, uma vez que eu era de fato o pai, juridicamente falando, fiquei na dúvida, pensei muito se faria esse exame, lembro-me até de cogitar fazer o exame nas próximas férias da minha filha...
Contudo, acabei realizando o teste, realmente estava bem mais acessível do que naquela época, e eu já estava a 6 meses trabalhando no meu primeiro emprego concursado, já havia ajeitado a casa, então financeiramente foi fácil tomar a decisão de fazer o exame.
Minha filha foi embora e eu não tinha o resultado nas mãos, ainda não tinha saído, passado o prazo, resolvi esperar. Eu estava estudando para um concurso público, o mesmo que trabalho atualmente, não queria me deixar influenciar negativamente no caso do resultado ser ruim.
Após a prova, fui buscar o teste, no mês de março, justamente no mês do aniversário da minha filha, descobri que ela não era minha, lembro que quando eu li o resultado, a única coisa que saiu da minha boca foi: “Eu já esperava”. Desci as escadarias e fiquei na rua próximo de minha moto uns 10 ou 15 minutos. Não chorei, na verdade acho que foi mais para “estado de choque” talvez.
  Bom, depois vem o racional né... Tentei pensar qual seria o meu próximo passo, e até mesmo se eu daria algum passo. Cheguei a pensar em deixar as coisas como estavam, mas não deu.
Um dia acabei ligando para a mãe de minha filha e expliquei toda a situação, ela parecia estar surpresa, acho até que não acreditou em mim inicialmente. Naquela época ela já havia se casado e estava morando a umas três horas e meia de minha cidade, acabou vindo até aqui para ver o exame e tudo.
Depois disso ela procurou o ex noivo, contou para ele o que tinha acontecido, ele se propôs a fazer um teste de DNA, feito isso foi confirmada a paternidade, o noivo era o pai.
Já com o consentimento das partes, eu entrei com uma ação na justiça, em poucos meses, sem que eu precisasse fazer a contraprova, meu nome foi retirado da certidão de nascimento de minha filha, posteriormente foi incluído o do pai biológico. Paguei pensão durante um tempo, esperei as coisas se acertarem com o pai biológico, depois disso parei.
Quanto ao verdadeiro pai, minha filha o conheceu e chegou até a passar uns dias na casa dele uma vez, ele também telefonou algumas vezes e deu alguns presentes em datas comemorativas, mas infelizmente a aproximação dele foi bem tímida, digo infelizmente por que sinceramente tenho receio disso um dia afetar a minha filha, ela demonstra aceitar bem toda a situação, mas não confio nessa coisa de “demonstra”. Eu sinceramente preferiria que a presença dele fosse mais ativa.
Pelo que soube pela mãe da minha filha, a atual esposa dele parece não ter aceitado bem a situação, gerando essa relação mais enfraquecida, mas eu realmente não sei se isso é verdade.
O fato é que eu entendo a situação dele, não deve ser nada fácil descobrir que tem uma filha de sei lá seis ou sete anos, deve ter sido muito complicado para ele também. Eu torço para que um dia eles se aproximem de verdade, mas que claro, eu não perca o pedacinho que conquistei no coração dela (risos).
Sobre a mãe de minha filha?...  Então, é como eu disse anteriormente no dia 26 de setembro, não desejo nenhum mal a ela, o bem dela é o bem da minha filha, além disso, o tempo passa... As coisas são assim, acontecem... Não a vejo como inimiga, e sinceramente, pode ser ingenuidade da minha parte, mas acho que o erro dela foi não ter chegado à conclusão que não poderia ter certeza sobre a paternidade, e ter resolvido esse problema naquele momento, não acho que ela escolheu de má fé o pai, acho que ela “achou” uma coisa que não se pode “achar”, mas eu também não fiz a mesma coisa?
Acho que no final dessa história acabei conseguindo saber a verdade e ainda ter uma filha, nunca fui impedido de visitá-la, ela passa férias aqui em casa até hoje, me chama de pai e diz que me ama. E não é isso que importa?

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